No Brasil, o EAD passa a ser considerado uma possibilidade de ensino formal após sua homologação na Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Com isso, muitas escolas e institutos incluem em suas grades a possibilidade de cursar algumas disciplinas de forma remota, mesmo que ainda mais tímidas.

Além disso, práticas como o Telecurso 2000 se espalham por todas as localidades, tendo como proposta possibilitar às pessoas a conclusão de seus estudos na educação básica. Hoje o Telecurso está repaginado e é reconhecido como Novo Telecurso, porém suas aulas ainda acontecem por meio dos canais de televisão abertos, específicos de cada região, e também por meio de canal digital.

Já em 2004 e 2006 contamos com novas portarias do MEC que impulsionam o ensino superior por meio da educação a distância. Podemos dizer que o grande boom do ensino EAD aconteceu no Brasil por volta dos anos 2000, onde surgiu uma grande quantidade de novas faculdades voltadas especificamente para a educação virtual. Além disso, houve a construção e disseminação de polos de ensino por todos os cantos do Brasil. Grandes potências, como a rede Anhanguera, assumem grande importância e relevância para a qualificação da classe C, que, com os antigos modelos educacionais, possuía bastante dificuldade de ingresso em instituições de graduação e pós graduação públicas e privadas.

Em contrapartida, para identificar, regulamentar, acompanhar e qualificar essa enorme disseminação de instituições, funda-se a ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) com um corpo totalmente voluntário e escolhido através de eleições livres. Seu papel é compreender como, no Brasil, forma-se esse ecossistema complexo de instituições e monitorar as migrações entre cursos presenciais, EAD e híbridos, acompanhando as tendências.


Em 2016 já contávamos com mais de 1,5 milhão de estudantes matriculados na educação a distância e, pelo menos, 200 faculdades EAD (como você pode ver no gráfico ao lado). Muitas ainda passando pelo processo de autorização e homologação no MEC (Ministério da Educação).

Atualmente o EAD é uma modalidade consolidada no Brasil. São mais de 1.800 cursos, desde o ensino fundamental até a pós-graduação, que atendem quase 4 milhões de pessoas.

As tecnologias baseadas na internet permitem a implantação de diferentes modelos de EAD, como por exemplo:

  • Cursos predominantemente a distância, com encontros presenciais obrigatórios.
  • Cursos semipresenciais, que promovem encontros semanais.
  • Disciplinas a distância de cursos de graduação presenciais.

A tendência é que a experiência de aprendizagem seja cada vez mais híbrida. Ou seja, uma pessoa pode fazer um curso presencial e ter uma carga horária de atividades a distância. Um estudante EAD pode passar por uma experiência tão rica de contato com seus professores e colegas que acaba prevalecendo a sensação de presença e proximidade no processo de ensino e aprendizagem.